A rudeza do combate já se adivinha. Como ele não falou para o exterior, como nada disse depois de muito falar, como demonstrou um silencioso desprezo pelos males gerais da sociedade - este político medíocre, que tem alta ideia de si próprio, retoma-a, para uma plateia de ombros caídos e lugubremente submissa. Porém, aquela plateia não é o País, nem sequer expressiva do PS. Tenham lá paciência e haja Freud!
Vital Moreira, troféu de última hora, não me parece capaz de conquistar um só voto. A Esquerda olha-o de viés; ele é um abjurante do comunismo e os comunistas nunca perdoam a quem abandona as suas fileiras, reclamando-se de uma hipotética "independência". E a Direita, muito naturalmente, olha para o catedrático como um adventício suspeitoso. Vital, um pouco imprudentemente, presumiu fazer graça com esta tosca confissão: "Sou um socialista free-lancer." Quer dizer: socialista intermitente. Nessa doce intermitência não deixou de escrever eloquentes hossanas a Sócrates e enérgicos artigos laudatórios à acção governamental.
Baptista Bastos no Diário de Noticias
quarta-feira, 4 de março de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário