quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ainda a capa do livro "Pornocracia"

Ouvi hoje na rádio e não resisti a fazer um post.

Os casos recentes do Magalhães / Torres Vedras e do Livro "Pornocracia" / Braga leva-me a questionar a forma absolutamente "leviana" com que foram tratados, a displicência com que todos olhámos para estas duas recentes situações até com um sorriso de comiseração, quer com os tribunais quer com a PSP, realmente isto se não fosse grave era, no mínimo, hilariante.

Por tudo isto lembrei-me de Maiakovki e Brecht.

Na primeira noite, eles aproximaram-se, colheram uma flor do nosso jardim e não dissemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam o nosso cão e não dissemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho na nossa casa, rouba-nos a lua, e conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já nada podemos dizer.

Vladimir Maiakóvski


Primeiro levaram os negros mas não me importei com isso, eu não sou negro.
Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso, eu não sou operário.
Depois prenderam os miseráveis mas não me importei com isso, porque não sou miserável.
Depois agarraram nos desempregados, mas como tenho emprego, também não me importei.
Agora levaram-e a mim, mas já é tarde, como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.
Bertolt Brecht


2 comentários:

  1. É certo e seguro que esta forma "leviana" de tratar estes e outros assuntos, como as "visitas" a sindicatos nas vésperas de manifestações são, obviamente, maneiras de "atirar o barro à parede para ver se pega".
    E alguma eficácia têm conseguido ao fazer passar actos de claríssima prepotência e abuso da autoridade, totalmente ilegítimos e completamente ilegais, por medidas de defesa da "moral pública" e dos "bons costumes".
    O "pagode" está-se nas tintas para os princípios e estes biltres exploram isso num exercício de populismo que costuma "colar" bem!!!
    António José Ferreira

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  2. Uns chamam-lhe excesso de zelo, eu diria mais, mostrar trabalho ao BOSS.

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